O cliente como centro das decisões
Igor Barenboim participou de uma palestra na Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ).
Confira os principais destaques abaixo:
Nos dias 1 e 2/7, a Previ realizou a segunda edição on-line do webinar Políticas de Investimentos. Voltado aos funcionários da Entidade, o evento marca o início do planejamento das Políticas de Investimentos para o período 2022-2028. Os palestrantes debateram os cenários macroeconômicos e a alocação estratégica de investimentos, futuro do trabalho, finanças comportamentais e finanças sustentáveis.
Além da participação da Diretoria da Previ, o webinar contou com a presença dos convidados Fausto Ribeiro, presidente do Banco do Brasil; Gustavo Loyola, sócio-diretor da empresa de consultoria Tendências e ex-presidente do Banco Central; Ronaldo Távora, economista-chefe do BB; Clemente Ganz Lúcio, consultor, professor e sociólogo; Valentin Carril, economista-chefe e estrategista para a América Latina da empresa chilena de previdência complementar Principal Financial Group; Igor Barenboim, economista e professor da FGV; Sônia Favaretto, colunista do Valor Investe, presidente do Conselho Consultivo GRI Brasil e vice-presidente do Conselho Consultivo do CDP; e Denise Pavarina, consultora associada a Aggrego e vice-presidente da TCFD (Task Force on Climate-Related Financial Disclosures).
O presidente da Previ, Daniel André Stieler, deu as boas-vindas, agradeceu a presença dos funcionários, conselheiros e demais convidados e falou sobre o engajamento necessário para inovar no planejamento e na gestão de investimentos, a fim de gerar valor aos associados na acumulação de riqueza previdenciária. “O nosso objetivo é olhar para a frente, para o longuíssimo prazo, mas sem esquecer de olhar para o presente, para o agora, para podermos evoluir cada vez mais e sempre atender às expectativas de nossos clientes, que são os associados”, destacou.
Daniel falou também sobre a importância da Política de Investimentos para a estratégia da Previ. “Existe um ditado que diz que não existe vento favorável para quem navega sem direção. Os antigos navegadores usavam as estrelas e o astrolábio para elaborar seus mapas de navegação. Aqui na Previ nós também temos nossos navegadores, um time de ponta, altamente competente e engajado, que analisa oportunidades e ameaças e constrói cenários para elaborar nosso mapa de navegação: a Política de Investimentos. Um documento que nos deixa aproveitar os ventos bons e nos protege em tempestades. Assim estaremos atendendo ao nosso propósito maior que é cuidar do futuro das pessoas”.
Paula Goto, diretora de Planejamento, contextualizou a importância de termos o cenário macroeconômico como um direcionador de longo prazo da entidade. “O tema do nosso webinar, ‘Gerando valor na acumulação de riqueza previdenciária’, traz para a discussão a importância de pensarmos os fundos de previdência como protagonistas da economia mundial, e o que nós, que trabalhamos no dia a dia do maior fundo de previdência complementar do país, podemos fazer para colaborar com estratégias inovadoras na administração dos nossos recursos. Entender o cenário macroeconômico e aliar essa análise aos demais instrumentos como o Planejamento Estratégico, Tático e Orçamentário, se fundem com um objetivo maior, o de cuidar do futuro das pessoas. O propósito da Previ”.
O presidente do BB, Fausto Ribeiro, destacou a excelência do corpo técnico e do propósito da Previ de cuidar do futuro das pessoas para seus associados. “A Previ representa o nosso futuro, o futuro das nossas famílias. Ela é quem nos dá mais tranquilidade em ter um futuro com tudo aquilo que a gente poupou ao longo de muitos anos. Diante disso, o debate sobre as Políticas de Investimento da Previ é importante para cada funcionário do BB”, destacou.
Cenário Macroeconômico: tendências a caminho
Como pensar e definir decisões estratégicas relevantes sobre o futuro diante da realidade que vivemos? É preciso entender o momento atual em relação ao já vivido anteriormente para pensar o futuro e elaborar uma estratégia concisa e sólida. Por isso, analisar o cenário macroeconômico faz todo sentido. Na primeira palestra, Gustavo Loyola, sócio-diretor da empresa de consultoria Tendências e ex-presidente do Banco Central, falou sobre o cenário internacional e as tendências e possibilidades da economia global pós-pandemia. “Nós esperamos neste ano uma forte retomada do crescimento global. A economia global deve crescer em torno de 6,5% ainda em 2021 e isso puxado por todas as grandes economias, a economia chinesa, a economia americana, a recuperação da Europa, do Japão e também dos países emergentes”, destacou.
Ronaldo Távora, economista-chefe do BB, também se apresentou no painel e falou sobre como o cenário atual é bastante promissor e se afasta dos choques inflacionários do passado. Para ele o importante é analisar o passado para entender o futuro e fazer diferente. “O cenário vivido hoje e comparado com a década passada é um cenário bastante promissor, a meu ver, e traz certo otimismo em relação ao país. Quando a gente olha para o futuro, invariavelmente a gente tende a ser mais otimista do que o passado recente, e acho que a hipótese principal que acontece é que a gente imagina que os erros cometidos no passado serviram de aprendizado e que não serão repetidos no futuro. Portanto, vamos errar erros novos e ter uma visão mais otimista”, destacou.
Futuro do trabalho: o que vem por aí?
O que esperar dos novos tempos? Como será o trabalho e como serão as relações trabalhistas? Para o diretor de Administração, Márcio de Souza, as mudanças que temos vivenciado nos últimos anos dão indícios de como será o trabalho nos novos tempos. “Em 2017 nós tivemos uma reforma trabalhista que trouxe muitas mudanças, e agora, em meio à pandemia, nós avançamos mais de uma década no que diz respeito a novas formas e relações de trabalho. Antecipamos, inclusive, tendências que vinham sendo implantadas”, comentou na abertura do painel.
O consultor, professor e sociólogo Clemente Ganz Lúcio trouxe informações e reflexões sobre o futuro do trabalho em sua palestra. Para ele, as empresas dinâmicas no sistema produtivo passam por profundas transformações que impactam o mundo do trabalho e alteram os postos de trabalhos, as ocupações, as profissões, o sistema de formação profissional, a perspectiva de carreira dessas pessoas, as formas de inserção laboral. Há uma mudança também subjetiva das pessoas no mundo do trabalho e a maneira como elas se veem nessa realidade. “Estamos vivendo uma mudança de paradigma na produção de energia, seja energia eólica e preferencialmente energia solar, que gera uma nova capacidade de produção ilimitada de energia, o que coloca um novo ponto de vista da disponibilidade dos limites da produção da energia e a expansão do sistema produtivo. Passamos também por um processo de transformação na forma de comunicação, não só a internet mas as tecnologias de comunicação que nos permitem conexões em tempo real, muitas vezes mais rápida do que nosso cérebro consegue conectar em nós mesmos”, ponderou.
Alocação estratégica de investimentos como norteador
O último painel do primeiro dia foi sobre a alocação estratégica de ativos. Para o diretor de Investimentos, Marcelo Wagner, a responsabilidade da Previ junto aos participantes é muito grande. “O nosso desafio vai além de perseguir a melhor rentabilidade. Precisamos também mirar um retorno compatível com os compromissos de longo prazo com os nossos participantes, quer seja na fase de acumulação ou na fase de desacumulação de recursos. Por isso, precisamos pensar estrategicamente em como investir para garantir o futuro dos nossos associados”.
Valentin Carril, economista-chefe e estrategista da empresa chilena de previdência complementar Principal Financial Group para a América Latina, trouxe sua perspectiva sobre o tema e destacou a recuperação econômica em curso do Brasil. “A pandemia afetou países da América Latina de forma similar quando se compara a queda do PIB. Apesar disso, o Brasil registra um dos melhores crescimentos da atividade econômica da região, por isso, acredito que a recuperação do país será mais rápida. Já são nove meses consecutivos de crescimento e, com a queda dos juros, é natural que o mercado se abra agora e opte por outros investimentos mais rentáveis, apesar do risco”.
Com a palavra, os associados
O segundo dia começou com o Painel de Associados, que trouxe uma sequência de vídeos enviados pelos participantes dos planos da Previ apresentados pelo diretor de Seguridade, Wagner Nascimento. Wagner destacou a importância de ter o cliente como centro das decisões. “Em todas as áreas da Previ a gente tem colocado os nossos associados no centro do debate. Este seminário é um pontapé inicial pra gente poder formular e fazer a nossa Política de Investimentos para nossos diversos planos: o Plano 1, o Previ Futuro e o Previ Família, o nosso filho mais novo. Principalmente por conta dele é fundamental colocar o nosso participante no centro das políticas, não só da questão da seguridade, e esse deve ser o nosso norteador rumo ao cumprimento do nosso propósito e da nossa missão de pagar benefício e de cuidar da vida e do futuro das pessoas”.
Economia, comportamento e a sustentabilidade que queremos
Na sequência, o diretor de Participações, Denísio Liberato, apresentou o palestrante Igor Barenboim, economista e professor da FGV, que trouxe o painel Finanças Comportamentais. Igor reforçou a importância de opções adequadas à realidade do participante, a suas decisões e ao seu comportamento financeiro para garantir um futuro tranquilo e seguro e de acordo com suas expectativas. “A gente precisa ajudar o participante dentro de suas limitações a tomar a decisão certa, que vai maximizar o retorno e mitigar riscos. E mitigar riscos não necessariamente significa comprar a melhor carteira, mas sim a carteira que é possível e viável para ele”.
E como pensar tudo isso alinhado à sustentabilidade e de acordo com os aspectos ASGI (ambientais, sociais, de governança e de integridade), que norteiam a estratégia da Previ? Planejar os investimentos com valor para o associado e para o mercado é uma prerrogativa fundamental para a estratégia no segmento de previdência complementar. No último painel do webinar, Sônia Favaretto, colunista do Valor Investe, presidente do Conselho Consultivo GRI Brasil e vice-presidente do Conselho Consultivo do CDP; e Denise Pavarina, consultora associada a Aggrego e vice-presidente da TCFD (Task Force on Climate-Related Financial Disclosures), falaram sobre como as finanças sustentáveis já são uma realidade necessária cobrada e presente hoje em dia.
Para Sônia, sustentabilidade é um conceito muito concreto, que vai além de visões errôneas. “A sustentabilidade é intersecção econômica, social e ambiental, ou seja, é falar de um sistema econômico que opera dentro de uma sociedade que está dentro de um meio ambiente, e entender, como disse John Elkington, consultor britânico e um dos precursores da responsabilidade social e ambiental nas grandes empresas, como criar sistemas de mercado que possam oferecer resultados e valor nas três dimensões ao mesmo tempo”, afirmou.
Denise endossou essa reflexão ao destacar o primeiro Acordo de Paris, quando houve uma discussão no G-20, entre os ministros de economia, os ministros de finanças e os presidentes de banco central no mundo todo. “O sistema financeiro começou a ver a necessidade de considerar os riscos da transição da economia de baixa emissão, uma vez que uma das funções essenciais do nosso mercado é precificar riscos, porque tomamos decisões de alocação de ativos e elas precisam ser eficientes. Se não tivermos uma boa medição de risco, teremos problemas muito sérios e a crise financeira que veio em seguida foi um alerta para a gente. Começamos a pensar mais intensamente em práticas de governança corporativa focadas na sustentabilidade para evitar impactos nocivos para as empresas e para o mundo em que vivemos”, concluiu.
Resiliência e solidez
Em 2020 e 2021 a Política de Investimentos foi colocada à prova e os resultados comprovaram a efetividade da estratégia formulada, que resistiu à crise que vivemos hoje. Com superávit de R$ 14 bilhões ao final de 2020 e rentabilidade acima da meta atuarial no primeiro semestre de 2021, a Previ se consolida como maior entidade fechada de previdência complementar do país e uma das maiores da América Latina. São mais de R$ 250 bilhões em ativos administrados por um corpo técnico que tem a expertise necessária, além da sensação de valor e de pertencimento não só da família Previ, mas também da família Banco do Brasil. A criação e o sucesso da Previ também são heranças do nosso patrocinador, nossa casa de origem com quem não perdemos os vínculos. A cultura do BB faz parte da cultura da Previ e é de lá que vem o nosso DNA.
Nosso resultado vem de investimentos qualificados e de longo prazo e nossas decisões de investimentos são embasadas em altos padrões de governança, em princípios de responsabilidade socioambiental e de integridade. A crise decorrente da pandemia de Covid-19 evidenciou a importância de decisões de investimentos em empresas resilientes, com alta capacidade de recuperação, e a revisão e a atualização de modelos de riscos para minimizar impactos sem comprometer o que a Previ tem de precioso, sua governança, a capacitação de seus profissionais, bem como a liquidez, a rentabilidade e a solvência dos planos que administra.
Fonte: Previ.