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A recuperação econômica avança

O susto com a segunda onda de COVID tem se reduzido a cada dia. Nos EUA tem sim uma alta em mortes por coronavírus depois da abertura. Mas nada que leve a decisão de voltar atrás com a reabertura econômica. Na Europa houve muito alarme falso. A mortalidade continua muito baixa. Teve um repique de casos novos na França. Mas em patamares controlados.

Sobre a vacina

Tivemos o anúncio russo de que a vacina está pronta, mas sem embasamento científico de uma fase 3 comprovada ela deve ficar restrita a sua origem. O otimismo vem mesmo com a vacina de Oxford, o governo brasileiro se organiza para vacinação em massa em janeiro de 2021. Há chance da Sinovac através do Instituto Butantã sair um pouco antes.

A retomada global segue forte. A produção industrial europeia seguiu recuperando em V no mês junho. Mas ainda está 10% abaixo do pico. Expectativas para o futuro econômico na Alemanha medidas pelo ZEW, bom indicador antecedente do PIB, já estão acima do patamar pré-crise. Nos EUA os pedidos de seguro desemprego caíram para baixo de 1 milhão pela primeira vez depois da pandemia continuando a tendência de melhora.

Risco a retomada nos EUA continua por conta da falta de um acordo entre Democratas e Republicanos. Na prática esse acordo vai acontecer e vai custar mais 1 a 2 trilhões para o governo americano. Afinal não interessa a ninguém um abraço de afogados as vésperas de uma eleição presidencial.

Chamou atenção esse mês o núcleo da inflação americana subindo 0,6% em junho. Maior alta em 30 anos. Será que com todo o estímulo fiscal e monetário estamos despertando o dragão na América? Um ponto não faz tendência, mas vamos prestar atenção no tema.

A retomada brasileira também segue forte. Vendas no varejo em junho veio muito mais forte do que o esperado. Viva o corona voucher! Junho cresceu 8%, já estamos positivos em relação ao ano passado. Setor de serviços também teve desempenho mais forte que o esperado em junho.

Essa semana, o Comitê de política monetária esclareceu seu posicionamento confuso no comunicado divulgado ao fim da reunião do dia 5 de agosto. Disse que por conta da inflação baixa há mais espaço para cortar a taxa básica de juros, mas por uma questão de estabilidade financeira não há espaço para novos cortes a curto prazo. Nesse sentido veem os juros ficando em patamar baixo por longo período. Decisão clara e prudente.

Outro evento crucial essa semana foi a coletiva dada pelo presidente da República ao lado dos presidentes da Câmara e Senado Federal com o objetivo de reiterar o compromisso com a responsabilidade fiscal e com o teto de gastos. Trata-se de um avanço institucional importante termos todos os poderes políticos respaldando esse objetivo. Claro que fizeram isso por seus interesses, não precisamos ser ingênuos. Mas o fato é que foi feito. Com isso, o risco de furar teto foi descartado ao menos em prazo curto. Importante vitória. Desse modo o centrão terá que ser atendido dentro do teto e a República caminha.