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Dólar sobe e Bolsa tem queda, com decisões sobre juros no foco

Escrito por O Globo,

Investidores repercutem sinalizações do Copom sobre a continuidade do ciclo de altas da Selic. Papéis da BRF desabam após empresas registrar prejuízo.

RIO — O dólar opera com alta ante o real e a Bolsa cai no início desta quinta-feira. No pregão,
os investidores seguem reagindo aos anúncios de política monetária nos Estados Unidos e no
Brasil feitos na véspera.

Em ambos os casos, os bancos centrais anunciaram aumentos das taxas e deram sinalizações
sobre o futuro do aperto nos juros.

Por volta de 10h35, a moeda americana tinha alta de 1,54%, negociada a R$ 4,9745. O
movimento acompanha a valorização da divisa no exterior, além de ser uma correção da queda
vista na quarta-feira.

No mesmo horário, o Ibovespa caía 1,88%, aos 106.305 pontos.

As taxas de juros futuros subiam após o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom)
sinalizar para um prolongamento das altas da Selic, especialmente nas curvas de curto prazo.

Por volta de 09h40, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023
subia de 13,05% no ajuste anterior para 13,17% e a do DI para janeiro de 2024 avançava de
12,59% para 12,705%.

Já a do contrato para janeiro de 2025 subia de 12,05% para 12,085 e a do DI para janeiro de
2027 cedia de 11,905% para 11,895%.

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Ciclo de altas continua

Como esperado, o Copom elevou a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, para 12,75% ao
ano, maior patamar em mais de cinco anos.

O comunicado do banco indicou que o ciclo de elevações da taxa irá continuar em junho, mas
em magnitude menor. Esse era um dos principais pontos de atenção do mercado.
“O Comitê nota que a elevada incerteza da atual conjuntura, além do estágio avançado do ciclo
de ajuste e seus impactos ainda por serem observados, demandam cautela adicional em sua
atuação”, destaca o BC.

— O BC concluiu o comunicado explicando o alto nível de incerteza do cenário atual e deixando
em aberto a necessidade de extensão do ciclo de aperto para o segundo semestre do ano. Nosso cenário básico segue sendo um último aumento da Selic em junho de 50 pontos encerrando o ciclo com taxa de 13,25% ao ano — destaca o sócio e economista-chefe da Reach Capital, Igor Barenboim.

No caso americano, o Federal Reserve, Banco Central do país, elevou o juro básico em 0,50
ponto percentual, para a faixa entre 0,75% e 1%, e deu mais detalhes sobre o processo de
redução do seu balanço patrimonial.

Foi o maior aumento desde o ano 2000. Após o anúncio, o presidente do Fed, Jerome Powell,
tranquilizou aos mercados ao sinalizar que apertos em magnitudes superiores ainda não estão
no radar.

Isso fez com que as bolsas americanas engatassem fortes altas na reta final do pregão de quarta-feira.

Além da política monetária, os investidores seguem repercutindo os resultados dos balanços
corporativos do primeiro trimestre aqui e lá fora. Hoje, as expectativas ficam por conta dos números da Petrobras, que saem após o fechamento do pregão.

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Ações

Entre as ações, as ordinárias da Petrobras (PETR3, com direito a voto) subiam 0,72% e as
preferenciais (PETR4, sem direito a voto), 0,25%.

As ordinárias da Vale (VALE3) subiam 0,20% e as da Siderúrgica Nacional (CSNA3) cediam
4,61%.

As preferenciais da Usiminas (USIM5) caíam 1,65%.

No setor financeiro, as preferenciais do Itaú (ITUB4) e do Bradesco (BBDC4) tinham quedas de
1,80% e 2,29%.

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BRF registra prejuízo de R$ 1,5 bilhão e papéis despencam

A BRF reportou prejuízo líquido de R$ 1,5 bilhão, no primeiro trimestre. Em 2021, a companhia
tinha registrado lucro de R$ 22 milhões.

A receita líquida subiu 13,7%, passando de R$ 10,592 bilhões no primeiro trimestre do ano
passado para R$ 12,041 bilhões.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês)
ajustado foi de R$ 121 milhões, queda de 90,2% ante o mesmo período do ano passado.

Em resposta, os ativos ON da empresa caíam 10,91%.

A BRF já vinha apresentando resultados com margens pressionadas nos últimos balanços.

O ambiente global mais desafiador, com o conflito entre Rússia e Ucrânia encarecendo os
preços de grãos tende a piorar o quadro.

“Além da inflação global de custos potencializada pelo conflito Rússia vs Ucrânia, as vendas no
varejo performaram abaixo do planejado, sobrecarregando estoques e toda a cadeia de
produtiva com impactos em custos logísticos e perdas”, destaca a companhia no balanço.

Segundo a empresa, medidas de ajuste de oferta e priorização de volumes (promoções) foram
necessárias como forma de readequar o fluxo operacional e amplificaram a redução de rentabilidade observada no período.

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Petróleo sobe, com Opep+ no foco

Os preços dos contratos futuros do petróleo operavam com altas nesta manhã, com os agentes
de mercado ainda repercutindo o plano da União Europeia (UE) de reduzir a dependência em
relação à Rússia.

Fonte: https://oglobo.globo.com/economia/investimentos/dolar-volta-operar-acima-de-5-bolsa-tem-forte-queda-com-decisoes-sobre-juros-balancos-no-foco-25500951