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Economia – Perspectivas para 2021

Por mais que 2020 tenha trazido fortes emoções e que nós tenhamos comemorado o seu fim, em termos econômicos o ano ainda não acabou. Na medida em que continuamos a viver o mesmo tema e dilema: o da pandemia.
A grande diferença é que o ano começa com a certeza de solução da crise sanitária, dada a profusão de vacinas efetivas disponíveis no mercado. A eficiência de cada governo ditará quando será concluída a imunização de cada país. Os desenvolvidos deverão resolver o grosso do problema no primeiro trimestre. Nos países de renda média, que têm a ação governamental menos eficaz, como o nosso Brasil, o setor privado deverá atuar para atender os mais abastados e com isso devemos ter o grosso do problema resolvido no primeiro semestre. De toda a forma temos um horizonte próximo de normalização da atividade humana nos países de renda média e alta e com isso da economia.

Enquanto não há normalização, temos o mesmo receituário econômico sendo aplicado pelo mundo de juros extremamente baixos e estímulos fiscais vultuosos para estimular a economia. Um efeito colateral desse processo de excesso de liquidez é o aumento do preço dos ativos financeiros de forma expressiva. Nesse sentido, esperamos que as ações sigam subindo nesse ano, turbinadas pela recuperação dos fundamentos e do crescimento econômico.

Do lado internacional temos dois ventos a favor vindo da China e EUA. O governo do gigante asiático vem sofrendo várias críticas internas pela condução do enfrentamento da COVID e portanto está disposto a tudo para manter o crescimento econômico em patamar alto, alavancando investimentos e por consequência os preços das commodities que o Brasil produz. Nos EUA, o governo Biden também deverá contribuir positivamente para os preços de commodities na medida em que suas políticas serão mais orientadas para a renda dos menos favorecidos que consomem mais commodities. No lado financeiro, mudanças tributárias prospectivas nos EUA devem tirar o capital de lá com consequências positivas para o resto do mundo, inclusive o fluxo para o Brasil.

Com esse pano de fundo internacional, as empresas de commodities que predominam na bolsa brasileira devem ter um bom desempenho tanto por conta dos fundamentos econômicos que devem favorecê-las, quanto por conta do fluxo financeiro internacional ir primeiro para as empresas blue chips (maiores em termos de valor no mercado acionário) que no caso brasileiro são produtoras de commdoties em sua maioria. Bancos devem se beneficiar desse fluxo pelo fato de serem blue chips. Como a pandemia ainda é uma realidade, as empresas da nova economia digital vão ter oportunidade de continuar entregando crescimento e vemos as bem sucedidas com espaço para valorização importante. Também vemos espaço para recuperação nos preços das ações das empresas que ficaram por último na recuperação como as ligadas a viagens.