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Economia no Brasil – O que esperar nos próximos 4 anos da economia do Brasil?

O prospecto das eleições no ano de 2022 mexeram com os ânimos de todos no Brasil, seja para aqueles votantes de direita ou aqueles votantes da esquerda, a verdade é que as eleições transformaram outubro em um mês marcante. Outubro veio, as eleições aconteceram e agora vivemos o período de transição e a incerteza do que realmente irá acontecer nos próximos 4 anos de governo. Em especial no âmbito econômico do país, o setor que sofre as maiores mudanças diante qualquer decisão ou uma simples frase dentro de um plano de governo.

Por isso, talvez para muitos seja essencial ter uma previsão do que podemos esperar para os próximos 4 anos em relação à economia no Brasil. Não é uma tarefa tão impossível prever algumas mudanças e possibilidades do mercado para os anos seguintes, afinal muito do que podemos dizer é baseado nas especulações e movimentações observadas, mas com as conturbações que ocorreram nas últimas semanas nem tudo pode ficar tão claro para o futuro.

Um dos principais desafios para os próximos anos será lidar com o teto de gastos do orçamento federal, considerando que o plano do novo governo inclui manter os programas sociais e criar um adição do valor para crianças até 6 anos será necessário que a equipe de economia do presidente consiga lidar com todas as possibilidades do orçamento, que atualmente e pelas previsões de especialistas para o próximo ano, não terá verba o suficiente para garantir todas as promessas.

Considerando o planejamento enviado para o Congresso, o orçamento não consegue cobrir a manutenção do valor de R$600 do atual Bolsa Brasil, considerando os recursos previstos para o ano de 2023 seria possível manter a bolsa no valor de R$400.

O orçamento também não tem ainda uma previsão de como lidar com a baixa na renúncia fiscal, caso o plano de governo consiga aprovar a ampliação da isenção do imposto de renda, estabelecendo que somente quem ganha de R$5 mil ou mais no mês precisará realizar a declaração anual.

Para conseguir manejar e manter os valores como diz o plano de governo, Bolsa Família a R$600 e o acréscimo de R$150 para crianças até 6 anos, será preciso mudar o orçamento do teto constitucional de gastos previsto pela Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA).

Algo que o próximo governo precisará insistir com o Congresso, caso queira se manter fiel ao plano. E especialistas preveem que não será uma tarefa fácil, considerando a diferença em direções políticas entre a maioria eleita no Congresso e o próprio Governo Federal, para os especialistas o presidente terá que ser mais comedido com suas propostas de gastos para conseguir as aprovações necessárias.

Inflação da economia no brasil

Foto Inflação da economia no brasil

A inflação dos próximos anos de governo

Outro fato que será essencial e pode definir muito o tom dos 4 anos de governo é a inflação do país. É inevitável dizer que para os investidores estas incertezas no teto de gastos e os prospectos de mudanças nas regras do Imposto de Renda podem atrapalhar os planejamentos para os anos seguintes, porém o que mais preocupa é a instabilidade da inflação no país.

Até um mês antes da eleição do IPCA – indicador oficial da inflação no Brasil – era de 7,17%, o que é bem acima do planejado pelo Banco Central, que esperava um IPCA de 3,50%. Claro que muito do que aconteceu se deve a pandemia de COVID-19, o aumento de gastos federais e a Guerra da Ucrânia, como muitas vezes dissemos que afetou e afeta o Brasil mesmo com a distância do território.

Mas especialistas ouvidos por meios de comunicação, como o G1, definem que por conta do método de governo do presidente Lula, os preços devem cair menos do que ocorreu no governos do ex-presidente Bolsonaro, o que diretamente seguraria os índices inflacionários.

Os impactos das decisões do Banco Central em relação às taxas de juros para a inflação do país não são sentidos no mesmo momento, pelo contrário pode se levar um certo tempo para que isso aconteça e por isso de fato o que o BC decidir este ano terá impacto no primeiro ano do novo governo, ou seja, em 2023.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central prevê que a taxa de juros Selic, que atualmente está em 13,75% ao ano, não deve cair por algum tempo, até que se possa recuperar a inflação nos parâmetros do BC. Outro ponto que se prevê é que o Banco Central se manterá firme em suas decisões sobre taxa de juros para garantir que a inflação mantenha-se controlada.

Sobre o combustível, o principal pesadelo dos últimos anos, as especulações estão em torno do que o governo Lula fará com a limitação da alíquota do ICMS (Imposto de Circulação de Mercadorias e Produtos), a probabilidade é que o presidente não mexa nessa legislação e deixe o ponto como está.

O mercado enxerga que mesmo com as decisões de aumento da Petrobrás, por conta da valorização do petróleo no mercado exterior, o combustível tende a não subir para preços exorbitantes, desde que o dólar e a valorização do petróleo se mantenham em patamares aceitáveis.

Por conta ainda da incerteza de como o governo do presidente Lula irá lida com os gastos públicos e a falta de equipe de economia definida, ainda existe uma dificuldade de especular como será a inflação a longo prazo e o medo do mercado reside na probabilidade do presidente querer avançar o Brasil de forma muito rápida, em especial nos programas sociais que dependem diretamente do que será proposto pelo teto de gastos.

O presidente eleito não tem um histórico de irresponsabilidades fiscais e por isso tem uma certa confiança do mercado com suas decisões, riscos existem porém pode se prever que sejam riscos aceitáveis.

A briga de visões políticas entre Congresso e Senado com o próximo Governo Federal deve segurar ambos os lados para avançar os gastos além do que o Brasil pode arcar, o que pode representar uma certa segurança para o futuro do país.

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