Blog
o-que-e-taxa-de-juros

Entenda as diferenças entre taxa de juros nominal e real de forma simples

Se você já ouviu falar sobre taxa de juros e ficou perdido no meio de termos como “nominal” e “real”, saiba que você não está sozinho.

Embora o tema pareça complicado à primeira vista, entender essas diferenças é essencial para tomar decisões financeiras mais informadas. Vou descomplicar tudo para você!

O que é taxa de juros?

De forma bem prática, a taxa de juros é a remuneração que alguém paga para usar o dinheiro de outra pessoa. Ela pode aparecer em dois contextos principais: quando você toma um empréstimo ou faz um investimento.

Se você empresta dinheiro a um banco ou investe, a taxa de juros é o quanto você recebe como compensação por ter “emprestado” seus recursos.

Já no caso de compras a prazo ou financiamentos, ela é o valor que você paga para usar o dinheiro de terceiros.

Agora, é aqui que entra a diferença entre taxas de juros nominal e real.

O que é taxa de juros nominal?

A taxa de juros nominal, também chamada de taxa aparente, é aquela informada nos contratos ou anúncios financeiros.

Por exemplo, quando o banco diz que vai te pagar 10% ao ano em uma aplicação, essa é a taxa nominal. Ela é “crua”, ou seja, não considera o impacto da inflação.

Imagine que você investe R$ 1.000 em um título que promete 20% de rendimento ao ano. Ao final do período, você terá R$ 1.200. Esses 20% são a taxa nominal.

O que é taxa de juros real?

A taxa de juros real é o que sobra do rendimento depois que a inflação “come o bolo”. Em outras palavras, ela reflete o ganho efetivo, ou a verdadeira valorização do seu dinheiro em termos de poder de compra.

Voltando ao exemplo anterior: suponha que a inflação no período foi de 10%. Isso significa que, embora seu investimento tenha crescido nominalmente 20%, o aumento real do seu poder de compra foi menor.

Para calcular isso, existe uma fórmula simples, mas não se preocupe, vamos focar no conceito aqui.

A taxa de juros real é basicamente a taxa nominal menos a inflação do período.

taxa-de-juros
Por que a inflação importa?

A inflação mede o aumento dos preços ao longo do tempo. Se a inflação for alta, mesmo que você esteja ganhando juros nominalmente atrativos, seu poder de compra pode ser corroído.

No pior cenário, a taxa de juros real pode até ficar negativa — ou seja, você acha que está ganhando, mas na prática, está perdendo dinheiro.

Exemplo: você investe R$ 10.000 com uma taxa nominal de 15%, mas a inflação no período é de 20%. No final do ano, seu dinheiro rendeu R$ 1.500, totalizando R$ 11.500.

No entanto, os preços subiram tanto que, para manter o mesmo poder de compra, você precisaria de R$ 12.000. Isso significa que sua taxa real foi negativa, e você perdeu poder de compra.

Resumindo…

Vamos fazer um resumo breve das principais diferenças entre taxa de juros nominal e real:

Taxa nominal: é a taxa anunciada, sem levar em conta a inflação.
Taxa real: é a taxa nominal ajustada pela inflação, refletindo o verdadeiro ganho em termos de poder de compra.
Quando a inflação é alta: a taxa real pode ser baixa ou até negativa.

Como isso afeta suas finanças?

Saber a diferença entre taxas nominais e reais é essencial na hora de investir ou planejar gastos. Por exemplo:

Investimentos: procure sempre aplicações que ofereçam rendimentos reais positivos, ou seja, que superem a inflação.
Empréstimos: fique atento à inflação, porque ela pode influenciar no custo real do que você paga.

Quer saber mais sobre como o mercado financeiro funciona? Eu posso te ajudar!

Com ampla experiência no mundo corporativo, Igor Barenboim acumulou passagens pelo Ministério da Fazenda, onde atuei no Conselho Monetário Nacional e presidi o Conselho Fiscal do Banco de Investimentos do Banco do Brasil.

Também trabalhei na Prefeitura do Rio de Janeiro, o que me dá o know-how necessário para oferecer as melhores dicas sobre o mercado financeiro.

Formado em economia pela PUC, mestre e Ph.D. em Harvard, sou professor na Fundação Getúlio Vargas e tenho dezenas de artigos publicados no Jornal do Brasil, O Globo e Valor Econômico.